quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Aula de Expressão Corporal
Manhã de quarta-feira,
7hs 20 min,
São Leopoldo,
Entre a Casa Azul e o Fiesta Negro,
Sacola, calça, meias e polígrafo nas mãos.
Corri até o Fiesta Negro, abri a porta e entrei.
Lasquei a orelha esquerda (!)
AI !
Acariciei minha orelha latejante.
Quente, vermelha, e com uma região com uma textura de cera (!)
Rasguei? Rompi a cartilagem?
Não sai sangue...
Comuniquei a dor. Depois o ocorrido.
Comecei a tirar a cera enigmática. Parei assustado.
Apavorado.
Deixei.
Mostrei pra garota: - Ai, nem é nada. Nem dá pra ver nad...MEU DEUS!!! Guilherme, tem um furo e uma bolota de sangue!!!
A mulher estacionou o carro alarmada.
Saí. Ela também.
Analisou. Sem o cuidado esperado de uma futura enfermeira, mas analisou.
- Cuidado! Não toca assim! Vai com calma!
- Tá bom, deixa eu ver! Qualquer coisa tu vai no Posto de Saúde. Ah, não é nada. É um adesivo.
Um adesivo do carro? Grudou quando eu entrei apressado pelo tempo e pelos gritos que me chamavam indignados? Não dormi a noite inteira. Acompanhei o amanhecer, o gorjear dos passarinhos com a aparição dos raios solares. Rubros. Deslizando o início das nuvens bem formadas. Preciso de um energético. Industrial. Cítrico. Barato. Ai, que vergonha. Alguém pode se assustar com a minha orelha pendurada. De morto-vivo. Enquanto isso a cera promovida para adesivo continua na minha orelha. A música da Madonna continua na minha cabeça. E a sensação de ter sido crucificado vivo continua no meu corpo. Músculos débeis, mente disperta. Enquanto isso time goes by so slowly .
Entrei no banheiro masculino. O homem me olha enquanto desfecha a braguilha. Analiso minha orelha esquerda. É um adesivo? Arranco rápido e praticamente sem dor. É UM ADESIVO!!! Vermelho. Flechina negra no centro. Sangue e furo. Plano perfeito. Eu sabia que ele havia grudado adesivos no meu rosto, mas não na traseira da orelha esquerda!!! O homem mijou, sacudiu, ficou mais um tempo e foi. Será que ele percebeu alguma coisa? Ri por dentro. Ri com gosto e com amor. Pelo meu amor. Amor travesso.
Obrigado, amor.
Mãe, Mana.
Beijos.
http://www.youtube.com/watch?v=EDwb9jOVRtU
terça-feira, 23 de agosto de 2011
AUTO
crítica
mático
bola de neve pegando fogo
ressentimentos à flor da pele
abandono em todas as instâncias que importam
da sexualidade contida às emoções
Contidas.
desligamento familiar insucedido
reconciliação nebulosa
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